Qual o limite de horas extras permitido por lei para babás?
- Anna Karolina Ribeiro

- há 5 dias
- 3 min de leitura
Quando falamos sobre rotina familiar, sabemos que imprevistos acontecem.
Uma reunião que atrasou, um trânsito inesperado, uma consulta médica que demorou mais do que o previsto… Nessas situações, é comum que mães e pais precisem pedir que a babá permaneça um pouco além do horário habitual de trabalho.

Mas até que ponto isso é permitido por lei? Existe um limite máximo de horas extras?
E como garantir que tudo seja feito de forma correta e segura para ambas as partes?
Neste artigo, vamos esclarecer de forma clara, objetiva e atualizada quais são as regras legais relacionadas às horas extras para babás segundo a Lei Complementar 150/2015, que regulamenta o trabalho doméstico no Brasil.
O que a lei diz sobre horas extras para babás?
Sim — a legislação permite que babás façam horas extras. No entanto, esse adicional deve obedecer a regras específicas.
🔹 Limite permitido por lei
A babá pode realizar no máximo 2 horas extras por dia, desde que exista um acordo prévio e por escrito entre empregador e empregada.Esse é um requisito importante, pois protege ambas as partes e garante transparência na relação de trabalho.
👉 Base legal: Artigos 2º e 10 da Lei Complementar 150/2015.
Como deve ser a remuneração das horas extras?
As horas extras realizadas pela babá devem ser pagas com adicional mínimo de 50% sobre o valor da hora normal.Isso significa que, se a babá recebe um valor “X” por hora trabalhada, cada hora extra deve ser remunerada em X + 50%.
Além disso, vale lembrar:
O cálculo deve aparecer no contracheque mensal.
O registro deve ser feito no controle de ponto.
O pagamento deve seguir o mês correspondente às horas trabalhadas.
E quando as horas extras passam a ser frequentes?
Se a babá está realizando horas extras com muita frequência — especialmente se isso passa a ocorrer quase todos os dias — isso é um sinal de alerta para revisar o contrato de trabalho.
Por quê?
Porque a jornada originalmente contratada talvez não esteja mais adequada à rotina da família.
Nesses casos, algumas soluções são:
Ajustar formalmente a jornada de trabalho;
Negociar turnos diferentes;
Implantar rotinas mais estáveis;
Reorganizar horários de entrada e saída.
A legislação é clara: horas extras devem ser eventuais, não permanentes.
Como registrar corretamente as horas extras?
Para evitar problemas trabalhistas no futuro, é fundamental manter os registros de forma precisa.
Checklist para os pais:
✔ Controle de ponto diário (manual, digital ou aplicativo)
✔ Assinatura da babá confirmando horários
✔ Acordo por escrito para realização de horas extras
✔ Arquivamento dos comprovantes por pelo menos 5 anos
✔ Pagamento correto no mês correspondente
Essa organização garante segurança jurídica e demonstra profissionalismo na relação empregador–empregada.
Quando as horas extras não são recomendadas?
Há contextos em que as horas extras podem não ser a melhor solução, como:
Jornadas exaustivas que ultrapassem limites físicos da babá
Rotina infantil que dependa diretamente de descanso adequado
Repetição contínua de horas adicionais, tornando-se um padrão
Lembre-se: tanto a família quanto a profissional dependem de uma relação equilibrada para que o cuidado infantil seja de qualidade.
Base legal completa para consulta
Para quem gosta de verificar diretamente na lei, estes são os dispositivos relevantes:
Artigo 2º da LC 150/2015: Estabelece a jornada de trabalho do empregado doméstico.
Artigo 10 da LC 150/2015: Regula o limite de 2 horas extras diárias e determina o adicional mínimo de 50% sobre a remuneração.
Resumo rápido para mães e pais
Se você precisa entender apenas o essencial, aqui está:
✔ A babá pode fazer até 2 horas extras por dia.
✔ Deve haver acordo escrito entre ambas as partes.
✔ As horas extras têm adicional mínimo de 50%.
✔ Se passam a ser frequentes, é hora de rever o contrato.
✔ Registre tudo no controle de ponto e no contracheque.
Por que seguir esses limites é tão importante?
Porque respeitar a lei garante:
Relações de trabalho mais saudáveis;
Proteção para empregadores e babás;
Evitação de conflitos e passivos trabalhistas;
Segurança jurídica para a família;
Um ambiente profissional harmonioso.
Quando tudo é feito de forma transparente e organizada, a rotina da casa flui com mais tranquilidade — e a relação de confiança com a babá se fortalece.






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